Como fazer uma Análise Ergonômica do Trabalho?
Não existe um modelo de AET e além disso, primeiro é preciso ressaltar que AET e Laudo Ergonômico são coisas diferentes – Clique aqui e saiba a diferença entre análise ergonômica e laudo ergonômico. É muito importante usar a nomenclatura correta.
Cada profissional tem uma “digital” e pode fazer uma AET da forma que acha mais organizada para apresentação das informações. Obviamente, existe uma estrutura a ser seguida e proposta pela NR17. Clique aqui e baixe o E-Book Grátis sobre os 10 Passos Para Fazer uma Análise Ergonômica.
Veja bem, não só profissionais ergonomistas devem entender o que consta neste relatório de análise, mas todos os profissionais envolvidos com a consulta e aplicação das diretrizes deste documento. Ele deve ser compreensível para todos, mesmo que não sejam experts em ergonomia.
E estes itens são particularmente importantes, pois quem consulta a AET costuma fazer sempre do fim para o começo. Talvez isso já aconteceu com você, já reparou nisso?
Ao buscar o grau de risco da atividade, isso muitas vezes gera dúvida para quem consulta: essa atividade é de alto risco? Por quê?
As respostas a essas dúvidas devem estar bem explicadas na estrutura da análise, desde o início. Devem ser lidas e compreendidas integralmente e é isso que vai gerar a fundamentação para o resultado final.
Porém, muitas vezes, mesmo consultando o restante do documento não se consegue saber por quê a classificação final de uma atividade deu baixo, médio ou alto risco. E não sabendo disso, como sugerir as melhorias certas onde elas são necessárias?
Sendo assim, vou citar aqui, resumidamente, os tópicos principais. Pode parecer óbvio, mas muitos documentos que já consultei não apresentam todas as informações para uma boa compreensão da situação.
- Dados da empresa, grau de risco e CNAE. Esses dados são primordiais para se ter referência sobre o risco, adoecimento, patologias mais comuns relacionadas ao NTEP, por exemplo.
- Metodologia: referencial técnico utilizado, ferramentas de análise ergonômica utilizadas (preferencialmente, explicar como os resultados são obtidos), método de coleta de dados, período de coleta de dados, demonstração da estrutura básica da análise ergonômica realizada em cada atividade.
- Referências bibliográficas: citar a fonte de todos os referenciais utilizados, inclusive o PPRA e outros documentos disponibilizados para utilização e consulta.
- Calibração de equipamentos: anexar as cópias dos certificados de calibração válido de todos os equipamentos para aferição ambiental (decibelímetro, higrômetro, termômetro, anemômetro, luxímetro)
- Avaliação da atividade: para cada atividade analisada, citar a função/cargo de quem executa, análise da tarefa prescrita e real, descrição do modo operatório, imagens da execução da atividade preservando a identidade do trabalhador, descrição das exigências biomecânicas, organizacionais, cognitivas, análise do posto de trabalho, ferramentas e equipamentos utilizados, disponibilizar as ferramentas de análise ergonômicas preenchidas, disponibilizar os dados de aferição ambiental com os níveis recomendados, sugestão de melhorias da forma mais clara possível para sanar os problemas encontrados.
- Conclusão e sugestões de melhorias que sejam pertinentes para melhorar as condições avaliadas. Em geral, você também pode incluir um plano de ação com sugestão de prazos e priorização de ações.
Enfim, não há um modelo de AET, mas é certo que deve ter uma estrutura e conter informações que conduzam à conclusão sobre os riscos identificados, que proponham soluções acessíveis para diminuir ou eliminar o risco e, o mais importante, que permita à empresa utiliza-lo e compreendê-lo.
Dispensam-se informações do tipo “encher linguiça”, como por exemplo a cópia de partes do PPRA. Cada documento tem suas características particulares.